Como ele se curou do câncer?

Meus pacientes são meus exemplos inspiradores, que substituíram o medo, a dor e a insatisfação por uma nova proposta para suas vidas, instituindo em seu dia-a-dia rotinas que inicialmente funcionaram como alternativa e, acabaram levando para a sua saúde.

Um doente em recuperação, na maior parte de tempo sente-se ansioso e impotente e, a probabilidade de escorregar e duvidar do tratamento é constante. É preciso muita flexibilidade e paciência para gerenciar o medo e o estresse que corre dentro das veias e, involuntariamente afeta todo o corpo, principalmente o sistema nervoso. Manter esse sistema sob controle é fator fundamental para melhorar os sintomas físicos e superar os dias de pesadelo.

O risco maior está no caso de patologias consideradas de difícil cura. Esta informação coloca o processo de recuperação sob um grande ponto de interrogação. Pessoas com patologias diagnosticadas pela medicina como "sem chances", obtém a sensação de que tudo acabou, que é o verdadeiro fim e sofrem profundamente. O sentimento é de derrota, sem saída. Neste momento a pessoa rende-se, entrega-se definitivamente as informações recebidas no último exame e pensa: "Pois é, não existe mais nada que possa ser feito!" e desiste.

Lembro-me de um caso em que o paciente encontrava-se no último estágio da dor física e emocional, um cenário de completo desespero. Quando ligou-me, não disponibilizava de horário disponível para os próximos 20 dias. Ele apresentava muita tensão, angustia e medo. Ainda ao telefone, relatou de forma rápida e confusa a sua história, tinha pressa, pois em poucas horas partiria para a próxima cirurgia. Dizia que, um ano antes, havia passado por um procedimento muito doloroso, acompanhado de 6 quimioterapias e 35 radioterapias, sentiu na pele todos os reflexos destas aplicações. No entanto, apesar de todo esse cuidado, a situação piorou. Para prolongar a vida, marcaram outra intervenção cirúrgica e a mesma, estava para acontecer em menos de 48 horas.

Ao tomar conhecimento e percebendo o nível de gravidade, marcamos para o dia seguinte, quando faltando exatamente duas horas para internação e, doze horas para a cirurgia. Ao ouvir a sua história fiquei emocionada. Falou-me que estava vindo do escritório de um advogado, onde fora fazer uma consulta, a fim de saber se a sua aposentadoria ficaria para a pessoa com a qual tinha filhos e, que convivera maritalmente durante toda vida. Confesso que isso me abalou profundamente. Estava programado para morrer. Dentro do coração e da mente desta pessoa, não havia espaço para outra coisa a não ser, desesperança e medo.

Durante a conversa, foram aplicados alguns procedimentos terapêuticos, muitas das suas dúvidas foram esclarecidas e, aos poucos, os batimentos de seu coração diminuíram e, em minutos estava mais tranquilo, conseguia falar e respirar normalmente. Meu paciente foi para o hospital confiante e fez a cirurgia no dia seguinte. Viveu uma das maiores experiências da sua vida, um processo delicado e doloroso e felizmente ocorreu tudo bem. Durante o procedimento foi colhido material para novos exames.

Passados 15 dias, ainda frágil, me procurou dizendo: "Pensei em tudo que você disse e entendi que meus sentimentos se transformaram em vício, pensava neles cada dia, cada instante,com o passar do tempo eu me imaginava pior e mais doente. Permiti dentro de mim, sentimentos quase transformaram em veneno e, este veneno me prejudicou a ponto de danificar e corroer às minhas células, deixando-as sem condições para trabalhar perfeitamente. Entendi que devo cuidar mais de mim e fazer o que precisa ser feito para mudar o padrão que causou tudo isso".

Tudo certo, combinado! Elaborei um belíssimo protocolo, apesar do esforço para recuperar-se do procedimento cirúrgico, entre as consultas médicas e, procedimentos naturoterapeuticos, meu paciente estava animado e carregado de esperança. Conseguia vislumbrar vida nova, saudável e feliz. No auge do entusiasmo recebe o resultado da biopsia feita no dia da cirurgia, o que novamente tirou-lhe a esperança e uma nuvem de medo e insegurança se instalou outra vez. Mesmo depois da segunda cirurgia, o exame mostrara a presença de carcinoma.

Esta situação gerou um novo ponto de interrogação, "Será que realmente posso ficar bem? Já passei por tantos tratamentos, recebi o melhor tratamento e agora? Não adianta mais. Eu desisto!" De fato, não temos o conhecimento necessário para criar novas linhas, gerar novos impulsos, novos padrões para substituir os modelos estabelecidos desde a nossa concepção, infância, adolescência e vida adulta. Desta forma, vamos vivendo a vida conforme ela se apresenta (a famosa frase, "vamos empurrando com a barriga") e, nunca de maneira planejada, esboçada para uma qualidade de vida melhor.

O que não sabemos, é que o cérebro humano se adapta em todos os níveis, para focar sua atenção e seus esforços de modo a obter a recompensa. O cérebro funciona da mesma forma para o bem estar, doenças e vícios. (Os vícios podem ser: comida, bebida, jogos, relacionamentos etc... Uma doença pode se transformar em vício, quando pensamos nela constantemente.) Com a repetição de pensamentos (vícios), resta cada vez menos espaço para qualquer outra coisa na vida. Livrar-se do problema é o primeiro passo e, para isso é preciso decisão.

Foi exatamente isso que fez este paciente. Tomou a firme decisão de regressar, viver outra vez. No decorrer da terapia pôde aprender compreender e constatar a incontestável transformação interior. Decidiu mudar de vício e olhar para as pessoas da família com outros olhos, perdoar, passear, apreciar, desfrutar e usufruir as suas conquistas. Seguiu seu tratamento normal, muitas vezes estava por um fio, apesar de tudo perseverou, enfrentou com muita fibra o tratamento e finalmente venceu.

Enfim, finalmente, depois de um ano, recebe o novo diagnóstico, a carta de alforria, o passaporte, a tão sonhada energia, robustez e vitalidade. Meu telefone toca e uma voz tremula de felicidade me diz: "Eu consegui! Estou com o exame na mão e estou curado. Não tenho mais nada!".

Para finalizar me disse: "Não me curei só do câncer, me curei de muitas outras coisas também" Eu respondi:" Pelo simples fato de ter curado das outras coisas, chegastes à cura do câncer".

Pense nisso!

Dirhce Maria
Graduada em Naturopatia pela Universidade Jean Monnet Itália/Ubotanicae - Lisboa, Portugal. Especialização em Microsemiótica Irídia. Master Flor de Íris e Biografia Humana. Especializanda em Neuroaprendizagem.

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